quinta-feira, 29 de junho de 2017
E é tão simples o Bolhão...
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Como estão tão longe disto (mas não deviam estar) os municípios do Porto e de Gaia!
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Muito bem, muito bem!
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Os azulejos do Porto só têm valor quando a fachada vem abaixo?
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Rua de S. João, Junho de 2017 |
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Para o anedotário da gestão do centro histórico do Porto
Rua da Reboleira, Porto (foto de Francisco Queiroz, 2016) |
O mobiliário urbano, atendendo à sua concepção, aos locais onde é colocado, e a outros factores, nem sempre serve os propósitos iniciais. Por vezes, torna-se redundante, inútil, ou mesmo um estorvo. Se pensarmos que, em geral, o mobiliário urbano não é concebido para colocação em zonas antigas das cidades e, muito menos, para posicionamento em vias sensíveis, de perfil medieval e com edifícios que ainda testemunham essa longínqua época, então os resultados podem ser mesmo aberrantes.
No dia em que vi isto na Rua da Reboleira, no Porto, rua essa em que raramente passam automóveis, e, quando passam, devido às características da rua, não raro têm de parar a meio e percorrê-la quase à mesma velocidade dos peões - fiquei atónito. O fluorescente, para se ver ao longe, como se de uma longa recta de via rápida se tratasse, embora aqui numa curva de rua...; os três dígitos, como que a prever que algum veículo, nesta rua, possa vir a ultrapassar os 99km por hora; o encosto a uma das pouquíssimas casas-torre de tipologia medieval que subsistiram no Porto, reclamando protagonismo para a questão da velocidade numa rua que, há muitos anos, é essencialmente pedonal...
Este exemplo é a anedota do que não se deve fazer nunca. E se me disserem que as intenções até foram boas, respondo já que haveria muitas outras formas possíveis de dissuadir a velocidade; esta forma é, seguramente, imprópria para aquele local. Aliás, e não havendo outra maneira de chegar a este ponto da rua com um veículo automóvel sem ser pela sua entrada, a colocar-se sinalização de velocidade seria precisamente à entrada da rua, e não aqui. Mas se nos lembrarmos que a entrada da rua é também um espaço essencialmente pedonal, então este caso assume contornos ainda mais bizarros.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Azulejos do Porto - é preciso que se saiba
Fotos
de Francisco Queiroz, em 2008, e de Ana Paula Bandeira Morais, em 2017 |
há que juntar ainda os casos de intervenções que, apesar das boas intenções, são feitas de modo incorrecto e, às vezes, leviano e irresponsável.
É preciso que se saiba: mesmo quando se intervém sobre os azulejos da cidade no sentido de tentar preservá-los, ainda há muita asneira a ser feita.
quarta-feira, 7 de junho de 2017
terça-feira, 6 de junho de 2017
Programa de salvaguarda do azulejo - Apêlo aos PCM Porto e Gaia
Ex.mo. Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto
Dr. Rui Moreira
Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Gaia
Doutor Eduardo Vítor Rodrigues
CC: AMP, AMG, e Media
Decorrido um mês sobre as comemorações do 1º Dia Nacional do Azulejo e 14 anos (!) sobre o abaixo-assinado/manifesto (em anexo) pela preservação da Fábrica de Cerâmica das Devesas, cujo processo de classificação remonta a meados da década de 1980, com os resultados infrutíferos, e dramáticos, por demais conhecidos;
Verificando-se que, na realidade, no Porto e em Gaia, quase tudo continua por fazer no que toca à inventariação, estudo, monitorização, salvaguarda, valorização e divulgação do património azulejar e do património industrial associado, pois só algumas pequenas partes do território dos dois municípios foram objecto de inventariação sumária dos azulejos existentes, mas sem contemplar os demais artefactos cerâmicos complementares e sem qualquer tipo de estudo associado, estratégia de salvaguarda, ou sequer uma monitorização - sendo que muito do que foi inventariado já não existe e, nos últimos anos, diversas antigas fábricas de cerâmica foram até arrasadas, parcial (Devesas, Carvalhinho - instalações de Gaia), ou totalmente (Cavaco, Monte Cavaco, Fojo), estando todas as poucas que ainda restam ao abandono ou em ruína acelerada (Devesas, Santo António do Vale da Piedade, Senhor d'Além, Carvalhinho - instalações do Porto, Massarelos - fornos junto à Ponte Maria Pia);
Verificando-se que, no caso do Município do Porto, o banco de materiais, ainda que sendo um projecto meritório, não resolve minimamente o problema, não só porque a azulejaria só faz verdadeiramente sentido no seu suporte arquitectónico, mas também por não existir uma estratégia pró-activa municipal de defesa do seu património azulejar, nomeadamente do de fachada, que é aquele mais visível;
Sendo evidente que a azulejaria de fachada é uma das marcas distintivas de "Portugalidade" mais fortes e mais reconhecidas a nível internacional, reunindo indelevelmente os municípios do Porto e de Gaia - aquele por ter sido a principal montra e pólo exportador desse tipo de azulejaria, que marcou uma época e que se destacou face à tradição da azulejaria lisboeta; e este por ter sido o principal núcleo de produção de azulejos e de outros ornatos cerâmicos para edifícios, alguns dos quais são já hoje muito raros;
Constatando-se que - em grande medida por inacção - a situação da típica azulejaria do Porto/Gaia é grave, como se mostra pelos exemplos em anexo, que apenas ilustram uma diminuta parte dos problemas existentes: a Capela das Almas; a Igreja dos Congregados; a Igreja da Trindade - recentemente objecto de abertura de procedimento de classificação como CIP; a estátua de "Portucale" em terracota de modelo de Teixeira Lopes Pai que até há pouco tempo ainda existia em Miragaia; o painel do "Pirotechnico" (único do género no país) que existia em Coimbrões; etc., etc.;
E, por último, sendo claro que o empobrecimento das cidades do Porto e Gaia em termos de azulejaria e de outros ornatos cerâmicos complementares - quer por furto, quer por incúria, quer por retirada aquando de obras, quer por substituição por réplicas (ainda por cima de má qualidade), quando os originais existem e podem ser recuperados - é uma realidade que importa combater e estancar;
Somos a enviar a VV. Ex.as um apelo para que abracem a causa do Azulejo do Porto/Gaia como "cidades de azulejo", como uma marca própria, factor de desenvolvimento cultural, social e turístico, e, nesse sentido, façam aprovar em sede de executivo, preferivelmente em articulação intermunicipal, um programa de investigação e salvaguarda do Azulejo do Porto/Gaia, o qual contemple:
1. A inventariação exaustiva e bem documentada (fotográfica, histórica, estado de conservação, etc.), em sede de Revisão do Plano Director Municipal, da azulejaria de fachada e também de interiores, em edifícios públicos e privados, no espaço público ou privado.
2. A alteração da regulamentação camarária relativamente ao licenciamento urbanístico, através de um conjunto de normas de salvaguarda para os imóveis objecto de projecto de alteração, com vista à consolidação, restauro e/ou recolocação de azulejos, com técnicas e argamassas adequadas, e, apenas quando estritamente necessário, definindo os moldes da sua eventual remoção para depósito camarário.
3. O reforço da participação do Porto e de Gaia no projecto "S.O.S. Azulejo".
4. O reforço da colaboração com os centros de investigação universitários onde a azulejaria é tema de pesquisa, assim como com a Direcção Regional de Cultura-Norte, e ainda com associações idóneas que se mostrem activamente interessadas na defesa deste Património comum que é o Azulejo.
5. A atribuição da classificação bem/monumento/conjunto de Interesse Municipal às fachadas, painéis, e outros exemplos de ornamentação cerâmica complementar que assim o mereçam, a partir dos resultados da inventariação referida no ponto 1.
Juntamos ainda esboço-resumo do que poderá ser esse plano de salvaguarda do Azulejo de Porto e Gaia.
Ficamos à disposição de VV. Ex.as;
Melhores cumprimentos
David Afonso, Francisco Queiroz, Francisco Sousa Rio, Nuno Quental, Virgílio Marques
Pelo Fórum Cidadania Prt
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Estado actual da Capela das Almas (fotos de Fernando Pacheco publicadas no Facebook)
segunda-feira, 5 de junho de 2017
A propósito do Teatro de S. João
“Com a construção do teatro de São Carlos (1703) e a renovação do velho e encardido barracão do Salitre, o gosto pelas representações scenicas propagou-se ao Porto. Em Lisboa, as seducções da Zamperini, que tanta asneira provocaram, deram logar á construção do teatro de São Carlos. No Porto, não tendo brilhado astro dde tão intensa luz, foi bastante o esforço de um homem – o corregedor Almada e Mendonça. Em 1794, tendo decidido construir um teatro, segundo os modelos então adoptados, para o que escolheu um terreno pertencente á antiga Cortina do Muro da Cidade, entre a viella dos Entrevados e a viella do Captivo, submeteu ao governo a respectiva planta, que o ministro José de Seabra, prontamente devolveu aprovada (aviso régio de 9 de outubro de 1794), isentando o terreno de qualquer fôro ou outra contribuição que se pretenda impor. Almada tratou em seguida de organizar uma sociedade por meio de acções, dirigindo uma circular aos capitalistas e negociantes da cidade, na qual reclamava a sua cooperação para a edificação dessa espécie de escola, mais útil para a correcção dos vícios e desordens pela vivacidade com que na Tragedia se vêem punidos os crimes dos superiores, que julgaram talvez assim uns e outros a corrigirem-se a si próprios…” (Circular dirigida aos cidadãos portuenses).
O terreno que era particular custou, com a expropriação de cinco casas, réis 6:276$320. Com o capital subscripto principiaram as obras em Abril de 1796 , mas chegado que foi o dezembro de 1797, apenas se havia liquidado a somma de réis 31:300$000, equivalente a 313 acções. Fez-se então nova convocação (29 de dezembro), que produziu 22:650$000, e com esta somma conclui-se o edifício, que foi inaugurado a 13 de maio de 1798, dia dos anos do principe D. João (depois D. João VI), com a comedia A Vivandeira.. A administração do teatro ficou a cargo da correição e provedoria da cidade até 1805 , em que os accionistas nomearam uma administração, que se conservou até 1825, dependente, porem, da autoridade que exercia a policia da cidade. Neste anno, sendo governador das justiças o Dr. Felippe Ferreira de Araujo e Castro, foi o teatro entregue á direcção puramente particular dos accionistas. Foi a 8 de outubro que a assembleia geral, convocada por ordem da autoridade nomeou os primeiros gerentes, que foram Antonio Maya, José Joaquim Vaz de Guimarães, Manoel Joaquim de Sousa, José Ribeiro Braga e Antonio Joaquim da Ciosta Carvalho. O teatro foi construído segundo o risco do architecto italiano Vicente Mansoneschi, architecto e pintor de Roma, que se achava em Lisboa ao serviço do teatro de S. Carlos. Diz um chronista do tempo que esse artista examinou o sitio e fez para este um modelo de pão, o qual mereceu a geral aprovação”. Há um detalhe curioso na construção: a cornija que ficou em madeira (páo Brazil), assim se conservou sempre. Muita gente duvidava que tal sucedesse. Com o incendio que acabava de devorar o edifício, á evidencia se reconheceu que, ficando a cornija por completar, não se pensou mais em concluil-a, apesar das sucessivas reparações que o teatro sofreu desde que foi aberto ao publico. As decorações internas foram executadas por artistas uns do Porto e outros contratados em Lisboa, nesse tempo abarrotado de pintores e scenographos, muitos dos quaes, contratados já no reinado de D. José, por cá se deixaram ficar, creando família. O panno de bocca, devido ao pincel de Sequeira, foi em 1821 substituido por outro, executado pelo pintor hespanhol João Rodrigues. Era uma tela muito complicada, representando Apollo, conduzindo o Porto á assembleia das Musas. Nella se viam o Douro, Clio, Euterpe, Thalia, Melpomene, Therpsichore, Calliope, Urania, a Pintura, a Esculptura, etc. No teatro de S. João, antes da opera lyrica, funcionavam companhias de declamação.
No emtanto, o prejuízo sofrido por este deve ser mais. O sr. Luiz Faria, que terminava este anno o seu arrendamento do teatro, havia alugado em Italia, na recente temporada lyrica, o scenario para a opera Madame Butterfly, de Puccini, que se dispunha a enviar para a Italia, quando o incendio sobreveio e o devorou. O proprietário do bufete do teatro era o sr. José Joaquim Gomes Duarte, da Confeitaria Bragantina, da rua de Santa Catharina. Este nada tinha do que alli estava no seguro. O teatro de S. João pertencia há alguns anos a uma parceria composta pelos Srs. João Baptista de Lima Junior, Armando Vieira de Castro, Thomaz Martins Ramos Guimarães, Dr. Leopoldo Mourão e José Ferreira Guimarães, os quaes já se reuniram, resolvendo não reedificar o teatro, mas auxiliar qualquer empresa que para esse fim se constitua, entrando eles com os valores que lhes pertencem.
Obras no Dispensário do Porto para Crianças Pobres - Protesto destruição de património
Doutor António Torres da Ponte,
Exmo. Senhor Dr. Pimenta Marinho
Presidente do C.D. da ARS Norte
CC. DGPC, Min.Cultura, Min. Saúde, PCM Porto, AM Porto, Comissão UNESCO e media
No seguimento das obras de reabilitação e adaptação a Centro de Saúde que decorrem no antigo Dispensário do Porto para Crianças Pobres, sito na Rua Saraiva de Carvalho, e mandado construir pela Rainha D. Amélia em 1895, chegou ao nosso conhecimento que o projecto em curso implicará a remoção dos elementos que encimam o respectivo frontão, na circunstância um elemento escultórico em terracota ("Caridade"), executado pela Fábrica das Devesas, com base em modelo de José Joaquim Teixeira Lopes, e dois jarrões laterais.
Tratando-se de elementos decorativos de realce e inquestionáveis, desde a sua fundação até hoje, enquanto valorização do conjunto arquitectónico respectivo - como o atestam as fotografias em anexo -, somos a solicitar a V. Exas. confirmação de tal facto e apresentar o nosso protesto na eventualidade de tal se verificar, e pedir esclarecimentos sobre como é possível ter sido aprovado tal remoção.
A confirmar-se essa intenção tratar-se-á de uma significativa amputação da história do edifício, e de uma acção contrária ao normativo decorrente da classificação do Porto como Património Classificado pela UNESCO, uma vez que o edifício se localiza em plena área classificada, com as consequências que, certamente, daí advirão.
Melhores cumprimentos
Alexandre Gamelas, César Santos Silva, Francisco Queiroz, José Alberto Rio Fernandes, Virgílio Marques
Pelo Fórum Cidadania PRT
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Cemitérios históricos do Porto - museus da cidade que cada vez menos estranham
Foi em 1999 que começaram a ser feitas, no Porto, as primeiras visitas guiadas aos seus principais cemitérios históricos. Primeiramente confinadas ao Cemitério da Lapa, quatro anos depois já se realizavam nos dois cemitérios municipais de Agramonte e Prado do Repouso. Ao início, eram visitas esporádicas. Porém, a Câmara do Porto, através do seu pelouro do Ambiente, há muito que decidiu transformar as visitas em verdadeiros ciclos culturais, com cadência anual, neles incluindo cemitérios que não são municipais, como o da Lapa ou o Britânico. O ciclo cultural deste ano é já o 12º e apresenta um programa diversificado, que inclui iniciativas inéditas no país. A própria Irmandade da Lapa iniciou o ano passado o seu próprio ciclo de visitas ao cemitério privativo. Dir-se-ia que a cidade está no bom caminho, ao nível do seu património cemiterial: os cemitérios são museus da cidade que cada vez menos estranham; os cemitérios municipais, em concreto, há anos que estão listados como membros da Rota Europeia de Cemitérios da ASCE - Association of Significant Cemeteries in Europe; o Cemitério da Lapa também já se encontra classificado, desde 2013, como Monumento de Interesse Público.
Porém, ainda há muito por fazer. Em alguns destes cemitérios, as perdas patrimoniais foram severas nas últimas décadas. Faltam até coisas aparentemente tão simples, como assinalar o Cemitério da Lapa do mesmo modo que os cemitérios municipais estão assinalados: com o mesmo tipo de placa que se vê à entrada de outros monumentos da cidade.
Reabilitação do antigo matadouro industrial - protesto e chamada de atenção à CMP
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto Dr. Rui Moreira CC. AMP e media Tomamos conhecimento de imagens virtuais dand...

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Ex.mo. Senhor Presidente Dr. Rui Moreira C.C. AMP e media Tomámos conhecimento da eventual demolição integral de um palacete ...
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Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto Dr. Rui Moreira CC. AMP e media Tomamos conhecimento de imagens virtuais dand...