Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto
Dr. Rui Moreira
Tomámos conhecimento da intenção da Câmara Municipal do Porto de alienar em hasta pública uma parcela de terreno localizada entre a Primeira Rua Particular do Castelo do Queijo e Praça de Gonçalves Zarco.
Constata-se que a Proposta que foi votada em reunião de Câmara e em Assembleia Municipal não aponta uma explicação ou razão válidas para a necessidade de realizar esta venda de património público.
Antes de mais, trata-se de uma parcela que faz parte da área de expansão do Parque da Cidade, tendo feito parte da Unidade Operativa de Planeamento e Gestão do Parque da Cidade até à última revisão do Plano Diretor Municipal.
Ou seja, o facto de ter sido alterada a qualificação do solo do imóvel em causa, não retira a possibilidade desta área integrar o conjunto do Parque da Cidade.
Ou seja, o facto de ter sido alterada a qualificação do solo do imóvel em causa, não retira a possibilidade desta área integrar o conjunto do Parque da Cidade.
Assim, sendo evidente que esta propriedade é necessária a prossecução de fins de interesse público, nomeadamente à integração no Parque da Cidade, a sua manutenção na esfera patrimonial do município é, de todo, conveniente.
É também infundado e insignificante o argumento n.⁰ 7 da referida Proposta, já que a receita da venda da parcela seria incorporada nos cofres gerais da Câmara, não podendo haver nenhuma consignação especial, para quaisquer outros projetos especiais de interesse publico.
Acresce que, a ser levada avante, esta proposta que prevê a construção de edifícios de tipo moradia e um número máximo de pisos acima do solo de 3, iria prejudicar o enquadramento do Parque da Cidade, que assim ficaria com mais área construída a tapar a respetiva relação com o mar, que foi possível concretizar com o projeto do arquiteto Sollá Morales para a frente marítima do Parque.
Portanto, conclui-se que esta venda não deve ser realizada, por se tratar de área que foi subtraída ao Parque da Cidade, devendo ser reintegrada no mesmo.
E desde já solicita-se que esta venda seja cancelada, dado o momento inoportuno de campanha eleitoral para as eleições autárquicas que está em curso, podendo das mesmas advir um diferente entendimento sobre este assunto.
Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos,

