Exmo. Senhor Presidente da Câmara
Dr. Rui Moreira
Cc. AMP, SOS Azulejo
Constatámos estupefactos a demolição recente da moradia sita na Rua de Pinto Bessa, nº 498, uma moradia que, conforme deverá ser do conhecimento de V. Exa., tinha projecto do arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira, datado de 1913.
Até 2005, essa moradia, que continha um friso de azulejos propositadamente concebidos, constava do Inventário Municipal. Subitamente, foi retirado do mesmo.
Numa altura em que a Câmara Municipal do Porto releva o Património da cidade como sua grande prioridade, maior é a nossa estupefacção por esta demolição, que além de revelar uma profunda ignorância dos serviços responsáveis pela sua autorização, poderá configurar propósitos de outra índole, em relação aos quais iremos solicitar a ajuda de quem de direito.
Serve o presente, portanto, para apresentarmos o nosso protesto veemente pelo sucedido e solicitarmos a V. Exa. que nos esclareça quanto à legalidade desta demolição, ou seja, se a mesma decorreu da necessária aprovação pelos serviços da CMP, e, a ter decorrido, quais os pareceres e as justificações para que tal tenha acontecido, e se os elementos ornamentais que constituíam parte da sua fachada, tais como azulejos, serralharias artísticas, etc., foram preservados no banco de materiais que existe para esse efeito.
Com os melhores cumprimentos
Francisco Queiroz, José Pedro Tenreiro, Alba Plaza, Maria Almeida, Marisa Ferreira, Paulo Ferrero, Susana Lainho, Virgílio Marques, Sérgio Braga da Cruz, Rui de Sousa, Carlos Romão, Rita Adrião Carretas, Pedro Figueiredo, Marta Martins Mendes, José Carlos Costa Marques, João Mendes, Nuno Quental, Augusta Monteiro, Nuno Gomes Oliveira e Manuel Ferreira da Silva
(fotos: Porto Sombrio e Alba Plaza)
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Resposta da CMP (29.7.2019):
Todos os dias se perde um bocado da identidade portuense, estamos lentamente a transformarmonos numa Veneza que já teve 180.000 habitantes e hoje está reduzida a 50.000. O Porto já teve 330.000 , hoje terá pouco mais de 200.000
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