quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Reabilitação do antigo matadouro industrial - protesto e chamada de atenção à CMP

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto
Dr. Rui Moreira

CC. AMP e media

Tomamos conhecimento de imagens virtuais dando conta de alterações drásticas ao projecto de reabilitação do edifício do antigo Matadouro Industrial do Porto.

Essas mesmas imagens virtuais foram publicadas pela imobiliária CBRE. Pelo silêncio de entidades como a CMP e a IP, que estranhamos, dado a importância deste empreendimento, presumimos que não teríamos conhecimento das mudanças envolvidas no projeto.

Independentemente das necessidades de cariz técnico-operacional de que padece o projecto actual, não se percebe a razão das entidades competentes avançarem com umas alterações que, mau grado o curriculum dos seus autores, implicarão um claro downgrade visual e urbanístico em comparação com as primeiras imagens do projeto. Um projeto que se sagrou vencedor no concurso "Reconversão e Exploração do Antigo Matadouro Industrial do Porto", numa parceria liderada pela Mota-Engil, contando com o atelier do arquitecto japonês Kengo Kuma e o atelier português OODA e que aparentava e prometia ser o próximo ex-libris de Campanhã.

Quais são as razões concretas que obrigam à demolição do edifício actualmente utilizado pela 4º esquadra da PSP e do antigo pavilhão da entrada do complexo, bem como do respectivo gradeamento e colunas, que fazem a frente da Rua de São Roque da Lameira?

Se as razões são orçamentais ou implicações da IP que levam à diminuição da cobertura e à redução da qualidade do desenho dessa mesma, tal como da ponte pedonal, estamos em dúvida de como a demolição das estruturas históricas mencionadas vai ajudar na gestão orçamental.

Deste modo, quais são as mudanças concretas no projeto que o público desconhece e que não são visíveis no render? É visível agora que as estruturas do lado direito, onde se encontrava uma notável colunata alpendrada, agora demolidas, aparentavam no projeto inicial serem aproveitadas. Nas imagens virtuais mais recentes temos no seu lugar uma enorme parede cega, tal mudança nunca foi divulgada.

Questionamos também as alterações mais recentes no acesso principal para o o antigo Matadouro Industrial do Porto, onde se encontram atualmente os edifícios da 4º esquadra da PSP e o antigo pórtico de entrada do espaço que seriam preservados, que após demolidos vão dar lugar a uma enorme escadaria que carece de princípios básicos atuais de acessibilidade.

Reconhecendo e aplaudindo, sem margem para dúvidas, o interesse das entidades envolvidas em, finalmente, dar a atenção devida a esta zona Oriental da cidade tão negligenciada, não podemos deixar de apelar a V. Exa. para que estas alterações e demolições totalmente desnecessárias não sigam avante.

Com os melhores cumprimentos

João Batista, Alexandre Gamelas, Francisco Sousa Rio, Sérgio Braga da Cruz, Paulo Ferrero, Tiago Leite

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Pedido de classificação da Companhia Aurifícia - Envio de Requerimento à DRC-N

Exmª. Srª Directora Regional de Cultura do Norte
Doutora Laura Castro


C.C. DGPC, GABMC, CMP, AMP,JF e LUSA

Vimos pelo presente solicitar a V.Exa. a abertura do processo de classificação da antiga Companhia Aurifícia, fundada em 1864 e um dos mais importantes e preciosos exemplares da arquitectura industrial oitocentista a nível nacional.

A sua não classificação a título autónomo é, a nosso ver, incompreensível porque a classificação da Rua Álvares Cabral apenas protege e reconhece muito marginalmente a valia da Companhia Aurifícia, sendo, portanto, uma pecha que urge corrigir.

De facto, o carácter de excepção e de autenticidade do conjunto histórico-arquitectónico da antiga Companhia Aurifícia, há muito que merece o reconhecimento por parte da tutela do Património Cultural, enquanto património autónomo e único que de facto ainda é.

Nessa perspectiva, submetemos o presente requerimento, acompanhado de documentação vária de suporte.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

João Batista, Francisco Queiroz, Francisco Sousa Rio, Alexandre Gamelas, Paulo Ferrero, José Costa Marques, Antero Leite, Carlos Machado e Moura, Paulo Costa, José Manuel Lopes Cordeiro, Sérgio Braga da Cruz, Nuno Gomes Oliveira

Foto de Paulo Reis

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Projecto de ampliação da Biblioteca Municipal (São Lázaro) – Protesto e pedido de esclarecimento à CMP

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto
Dr. Rui Moreira


CC. AMP e media

Tomámos conhecimento de imagens virtuais dando conta de um projecto de ampliação do edifício da Biblioteca Municipal, em São Lázaro, da autoria do arq. Souto Moura, que estaria já licenciado pela Câmara Municipal do Porto (CMP).

Independentemente das necessidades de cariz técnico-operacional de que padece o edifício actual, não se percebe a razão de a CMP avançar com um projecto que, mau grado o curriculum do seu autor, implicará o desvirtuar do quarteirão onde o novo corpo será construído, pelo seu traço disruptor, descontextualizado e impactante em termos urbanísticos, no local e na envolvente, a nível da leitura, identidade histórica e estética da Avenida Rodrigues de Freitas, Rua Morgado de Mateus e do Largo de São Lázaro, onde até agora subsiste uma evidente harmonia. Inclusivamente, prevêem-se alterações de fundo no interior do edifício existente.

Reconhecendo e aplaudindo, sem margem para dúvidas, o interesse da CMP em, finalmente, dar a atenção devida à Biblioteca Municipal e ao seu espólio, não podemos deixar de perguntar a V. Exa. se, em vez deste projecto, não seria possível, por exemplo, enterrar-se o corpo novo (há vários exemplos disso dentro e fora do país) e libertar-se o espaço à superfície para um espaço verde de apoio à biblioteca. Ou uma extensão da biblioteca para outro local que não o lote em apreço.

Não cremos que seja inevitável divorciar o novo volume das ruas envolventes, sobretudo se for concretizado o volume opaco com cércea idêntica ao edifício existente. e a desconformidade estética da fachada exterior.

Além disso, é nossa convicção que um projecto com estas características mereceria, por parte da CMP, a abertura de um período de consulta pública para que, para lá de todos os interessados poderem expressar a sua opinião, fossem esclarecidos todos os pormenores deste projecto, ou seja, a não existência de concurso público, os custos do projecto, as necessidades funcionais em causa.

Lamentamos que tal não tenha sido feito pela CMP e apresentamos a V. Exa. o nosso protesto por esse facto.

Tal como lamentamos o longo encerramento a que a biblioteca mais antiga do país (criada por Alexandre Herculano durante o cerco do Porto em 1832-1833) será votada, solidarizando-nos, portanto, com a petição entretanto criada a apelar a que isso não se verifique.

Acresce que a CMP deveria aproveitar esta "janela de oportunidade" e aumentar substancialmente a percentagem de fontes digitalizadas, que é ridiculamente baixa nos tempos que correm e injustificável, nomeadamente no que respeita à preciosa hemeroteca, onde existem volumes raros de imprensa antiga que ninguém consegue consultar há pelo menos 25 anos a esta parte, devido ao seu mau estado e à incapacidade da instituição em proceder ao restauro de algo que tem sido manuseado com pouco cuidado ao longo de décadas. Os recursos humanos existentes deveriam ser canalizados, na medida do possível, para a questão da digitalização, com uma prioridade: a imprensa diária do Porto anterior aos anos 30.

Com os melhores cumprimentos

Alexandre Gamelas, Francisco Queirós, Francisco Sousa Rio, João Batista, Paulo Ferrero, Paulo Sousa Costa, Virgílio Marques

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Insalubridade sonora e qualidade do ar

Chegado por e-mail (22.7.2021):

Boa tarde,

Venho por este meio solicitar a vossas excelências para que tornem público um caso que já se arrasta há mais de um ano e meio com a empresa EMAP. A referida empresa explora um espaço de aparcamento de viaturas de resíduos sólidos no centro do Porto - Rua Acácio Lino (deve ser caso único no país), onde operam maquinaria pesada, em hora lá de repouso, sem respeito pelo ruído que fazem, há hora que fazem, como fazem.....
Já tomei a iniciativa de entrar em contato com a referida empresa por e -mail a informar o impacto que têm na vizinhança com tal atividade, a mesma e por sugestão minha alterou apenas umas viaturas de um lado para o outro a escassos metros e deu o problema como resolvido. Entretanto e com várias participações na PSP, Polícia Municipal e tentativas de comunicação com o presidente da câmara Dr Rui Moreira, tudo infrutífero.
Desta apresentei uma reclamação no Ministério da saúde e na Provedoria da República. Até á presente data sem nenhuma resposta concreta. A lei do ruído está bem legislada e é uma lei europeia transversal a todos os estados membros. Foram realizados testes na casa do vizinho, onde, nos dias dos referidos testes os técnicos ficaram abismados com a situação e disseram verbalmente que estava fora dos valores legais. Após recepção do resultado tudo apareceu alterado e com evidências de adulteração do resultado final.
Foi indagada a Provedoria que até ao momento se remete ao silêncio (Provedora Adjunta - Teresa Anjinho).

Os vídeos estão partilhados publicamente no YouTube com atualizações permanentes, sempre que as mesmas situações se verificam e eu tenho paciência para filmar ( são diárias ).

No presente momento está praticamente tudo na mesma, várias noites da semana, nós moradores á volta do referido parque somos impedidos do acesso ao repouso, qualidade do ar (cheiros pestilentos, mosquitos propagadores de doenças, gaivotas atraídas por dejectos que ficam nas viaturas aparcadas, vozes alteradas dos funcionários, etc.

Um desrespeito total pela lei do ruído, atentado á saúde pública. Uma vergonha por parte de uma entidade pública em que o único objetivo é a de prestação de um serviço que garante o oposto, ou seja:

«Ambiente e Qualidade de Vida

O Plano Diretor Municipal apresenta como maior novidade uma nova abordagem às questões da sustentabilidade e da qualidade do ambiente urbano, tendo em vista a qualidade de vida dos cidadãos e a resiliência e adaptação do território aos desafios das alterações climáticas.»

Compromisso pode ser consultado em: https://pdm.cm-porto.pt/ambiente-e-qualidade-de-vida/

P.S.:

https://www.dn.pt/sociedade/compraram-casas-de-luxo-mas-nao-conseguem-dormir-por-causa-do-lixo-5564860.html

Um caso idêntico mas de dimensões diminutas ...

Aqui são mais de 40 viaturas.....

Link: https://youtube.com/playlist?list=PLBoFDy7Gp62gqyzJpkE7f-nej86i715jA

Fernando Castro

terça-feira, 13 de julho de 2021

Obras a decorrer na Casa Maria Borges - Pedido de esclarecimento à CMP

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto
Dr. Rui Moreira


CC. AMP e media

Tomámos conhecimento no local que decorrem obras na cobertura da Casa Maria Borges, sita na esquina da Avenida de Montevideu com a Rua Pêro da Covilhã, nº 345, sem que as mesmas estejam assinaladas com aviso de licenciamento.

Trata-se esta casa de uma obra de referência da arquitectura moderna no Porto. Foi projectada originalmente em 1950 pelo arquitecto Alfredo Viana de Lima, um dos mais destacados arquitectos da segunda metade do século XX no Porto, para a então administradora do Teatro Rivoli, tendo sido concluída em 1958, após o afastamento daquele arquitecto, pelo engenheiro Oswaldo Santos Silva. Seguindo os desígnios iniciais do projecto de Alfredo Viana de Lima, esta casa expressa nos seus elementos arquitectónicos a influência de Le Corbusier, por exemplo, com as suas longas janelas e a sua cobertura plana.

Nesse sentido, manifestamos por esta via a nossa preocupação veemente pelas circunstâncias da obra em curso que, não apenas cremos não estar licenciada como também acreditamos poder prejudicar o valor arquitectónico e patrimonial desta casa, único exemplo da arquitectura moderna e internacionalista dos anos 50 na frente marítima do Porto.

Solicitamos, assim, a melhor atenção da Câmara Municipal do Porto para esta obra, apelando à sua intervenção.

Com os melhores cumprimentos

José Pedro Tenreiro, Francisco Queiroz, Carlos Machado e Moura, Paulo Ferrero, Virgílio Marques, Susana Lainho, Sérgio Braga da Cruz, Augusta Monteiro

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Eventual demolição da estação de Miramar - protesto à CP

À Administração da CP

CC. Sr. Presidente CM VNG, Assembleia Municipal VNG, Sr. Ministro Infraestruturas J Freguesia Arcozelo e media

Exmos. Senhores

Tomámos conhecimento no local que estará decidida pela CP a demolição da icónica estação de comboios de Miramar, em Gaia.

O histórico edifício do apeadeiro foi construído em 1926 segundo projecto do arquitecto Fernando Perfeito de Magalhães, tendo sido publicado em 1927 nas páginas da revista "A Arquitectura Portugueza", situação que comprova a sua importância patrimonial a nível nacional.

Nesse sentido, apresentamos o nosso protesto veemente pela pré-anunciada demolição deste edifício emblemático dos primórdios da arquitectura ferroviária, de cariz ecléctico, romântico e bem exemplificativo de toda uma época em que aquela zona se veio a desenvolver.

Não conseguimos aceitar que a CP, em vez de recuperar e dignificar o apeadeiro, opte por o demolir e substituir por uma construção nova, promovendo a destruição de um símbolo do Porto romântico balnear, que julgávamos ser importante manter e rejuvenescer, e não apagar. Tal desiderato, aliás, contraria o espírito revivalista que se vive um pouco por toda a Europa, em que se recuperam ramais, composições e apeadeiros, promovendo viagens em comboios de época, inclusivamente, e que o actual Governo tem seguido e bem.
Ou seja, queremos e cremos que os nossos Caminhos-de-Ferro se pautem pelas boas práticas internacionais e não por um regresso a décadas recentes em que se destruiu o que importava preservar.

Solicitamos, assim, um esclarecimento por parte da CP confirmando ou desmentindo esta informação, e apelamos à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia para que intervenha nesta matéria, uma vez que este apeadeiro se encontra inscrito no inventário municipal anexo ao PDM, enquanto Elemento com Nível de Protecção Integral (artigo 35), assegurando ambos que este património não será destruído, mas antes dignificado e reabilitado como merece.

Com os melhores cumprimentos


Francisco Queiroz, Alexandre Gamelas, Carlos Machado e Moura, Nuno Gomes Oliveira, Virgílio Marques, Sérgio Braga da Cruz, Belmiro Cunha, Susana Lainho, Francisco Sousa Rio, Augusta Monteiro, Ana Alves de Sousa, Paulo Ferrero, Alba Plaza e Marisa Ferreira, Paulo Sousa Costa

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Resposta da CP/ IP (26.5.2021)

Ao Fórum Cidadania Porto

No seguimento da vossa reclamação sobre a eventual demolição do Apeadeiro de Miramar, em Gaia, esclarecemos que no âmbito da empreitada da Renovação Integral de Via atualmente em curso, promovida pela IP enquanto gestora da infraestrutura ferroviária, não está prevista a demolição do antigo edifício de passageiros de Miramar, apenas se encontrando contemplada nos trabalhos a demolição dos abrigos de passageiros, os quais por força do alteamento de plataformas, a realizar fora da zona onde aquele edifício se localiza, com o objetivo de melhorar das condições de acessibilidade dos utentes aos comboios, terão que ser substituídos.

Mantemo-nos disponíveis para qualquer outro assunto do vosso interesse.

Com os melhores cumprimentos

Diretora do Departamento de Gestão do Cliente
Sónia Figueira
(Ao abrigo da subdelegação de competências)

Reabilitação do antigo matadouro industrial - protesto e chamada de atenção à CMP

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto Dr. Rui Moreira CC. AMP e media Tomamos conhecimento de imagens virtuais dand...